segunda-feira, 31 de março de 2008

Um jornal para quem tem um parafuso a mais Ano II nº. XI Março de 2008.

"E que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca."
Fernando Pessoa


"O Brasil é isso mesmo que está aí"


“Os distraídos talvez ainda não tenham percebido, mas o Brasil acabou. Sinais disso foram se acumulando, nos últimos meses: a falência do Congresso e de outras instituições, a inoperância do governo, a crise aérea, o geral desarranjo da infra-estrutura. A escola que não ensina, os hospitais que não curam, a polícia que não policia, a Justiça que não faz justiça, a violência, a corrupção, a miséria, as desigualdades.”

(trecho de entrevista feita por João Moreira Salles a Fernando Henrique Cardoso, em agosto de 2007).


Estamos vivendo em uma época de crises. Escândalos um atrás do outro, corrupções, CPIs, desestruturação na educação, na saúde. Uma infâmia. Porém, chega a ser ridícula a atribuição da história política do Brasil a apenas um governo.
Qual nossa visão de mundo? “O mundo é o que vemos na tela do computador, da televisão ou do celular”. Sendo assim, a citação do sociólogo Fernando Henrique nos impõe sua visão de mundo. Entretanto, não estamos mais enfurnados na caverna vendo apenas as sombras da realidade, procuramos questionar. Por isso, mesmo não sendo “rei dos sociólogos” ou mesmo “sociólogo dos reis”, percebo que o Brasil é o que é não por culpa de um ou de outro, mas por uma cultura de dominação e exploração, e isso explica muita coisa.
Portanto, eu que tenho muito dinheiro, viajo o mundo inteiro, tenho uma bela visão de mundo: Vou-me embora para Pasárgada, pois lá eu sou amiga do rei. O Brasil não existe mais, ao menos para mim que leciono na Universidade de Brown, em Providence, ganho o meu, para o mim o Brasil é um país que não tem jeito. Aqui foram soltas todas as desgraças e calamidades, da caixa de pandora não vou deixar sobrar nem a esperança.
(Elza Nayara)

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