terça-feira, 20 de novembro de 2007

Pasquim Iati

Um jornal para quem tem um parafuso a mais Ano I nº.VII Novembro 2007.

Os homens devem ter corrompido um pouco a natureza, pois não nasceram lobos e acabaram se tornando lobos. (Voltaire)



Vejam o q diz o companheiro dep. federal Paulo Rubem Santiago, sobre algumas irregularidades encontradas na administração pública de Iati-PE:



Pronunciamento de Iati



O SR. PAULO RUBEM SANTIAGO (PDT-PE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, trago ao conhecimento desta Casa e de todos os que assistem à sessão pela TV Câmara análise do Relatório de Fiscalização de nº 904, da Controladoria-Geral da União. Trata-se de fiscalização no Município de Iati, agreste do Estado de Pernambuco. Iati fica localizado próximo à cidade-pólo de Garanhuns.

Segundo o IBGE, o Município tem aproximadamente 20 mil habitantes.

No ano de 2005, foram arrecadados 13 milhões, 372 mil, 495 reais e 69 centavos. Pasmem, Sras. e Srs. Deputados, para um Município que arrecadou treze milhões, trezentos e tantos mil reais em 2005, a Controladoria-Geral da União auditou 74 ordens de serviço de convênios e programas federais que totalizaram 14 milhões, 137 mil, 948 reais. É lamentável que uma cidade com tantas carências, com um povo trabalhador, com tantas necessidades nas áreas urbana e rural tenha sido objeto de tantas irregularidades.

Cito algumas graves irregularidades: nas áreas da educação, da saúde, da merenda escolar, em obras na área rural, em reformas nas escolas, nos contratos para obras de saneamento, de recursos hídricos e de abastecimento. São graves os indícios de corrupção e de má administração naquele Município. No tocante à merenda escolar, foram encontrados registros de aquisição de quase 28 mil unidades de um produto achocolatado conhecido como Toddynho, totalizando quase 24 mil reais.

Consta que nas escolas esses produtos não foram sequer distribuídos. Ao mesmo tempo, há índices de superfaturamento em produtos da merenda escolar: 20 mil e 600 reais. Destaco aqui - prestem atenção, Sras. e Srs. Deputados - o leite em pó, embalagem de 200 gramas.



Enquanto nos mercados pesquisados pela Controladoria os preços variavam de 99 centavos a 1 real e 65 centavos, os praticados pela Prefeitura de Iati variavam de 6 reais e 39 centavos a 12 reais e 50 centavos. Era melhor ter comprado uma vaca leiteira, retirado o leite, desidratado e servido leite em pó para as crianças.
Gêneros alimentícios da merenda escolar foram armazenados de forma inadequada.


Vou citar aqui os inúmeros sítios do Município onde a merenda escolar praticamente era jogada no lixo: Sítio Varginha, Sítio Balanço, Sítio Terra Vermelha, Sítio Baxio, Sítio Lagoa do Forno, Sítio Baixo, Poço do Carmo, Sítio Trapiá, Sítio Lagoa do Mocambo, Sítio Arapuá e Distrito de Santa Rosa. Outras irregularidades: na construção de barragem no Sítio Exu, convênio de 151 mil e 500 reais; superfaturamento na recuperação de estrada vicinal, da

ordem de 110 mil reais; 62 mil reais na compra de medicamentos com notas fiscais sem comprovação da entrega dos produtos; cadeira odontológica sem uso na Unidade Saúde da Família Poço do Cosmo há pelo menos 1 ano.

Inúmeras são as irregularidades nas obras de saneamento: estação de tratamento de esgoto, tubulações, simulação de construções que foram testadas, mas não



funcionavam. E irregularidades no convênio de 241 mil, 681 reais para construção, ampliação ou estruturação de serviços de coleta e tratamento de esgotos sanitários.

É impressionante que numa cidade que arrecadou 13 milhões de reais tenham sido assinadas 74 ordens de serviço que importaram 14 milhões, conforme auditado pelo Governo Federal. Aproveito a oportunidade para me solidarizar com o povo do Município de Iati, com seus estudantes, servidores, funcionários públicos, com as famílias da cidade e da zona rural, que esperam ansiosos pelas providências a serem tomadas, pois há 1 ano a Controladoria-Geral da União lá esteve, levantou todas as 74 ordens de serviço e constatou que a maioria dos 14 milhões de reais conveniados tinha ido para o brejo.
Era o que tinha a dizer.




Polícia made in EUA



Há muito no Brasil se discute sobre as estruturas da polícia. Faltam investimentos na parte física e, principalmente, na inteligência, por parte do governo federal, este que com seu poder alto corruptível dificulta o trabalho de alguns que realmente querem promover alguma mudança. Quando se é desprovido de estratégia e visão, o sujeito tente a ser bruto e inconseqüente, justificando, assim, atos de pura barbárie.

Surge diante destes acontecimentos, uma nova visão globalizada de combate à violência, esta que é importada da grande potência mundial: os Estados Unidos. Eles trazem como exemplo de herói o mítico Rambo. De forma contraditória, mais uma vez a brutalidade se sobressai com a justificativa de punir a própria violência. No Brasil, este fenômeno está se acentuando na figura do capitão Nascimento, personagem do filme Tropa de Elite, que tem sido reverenciado pela sociedade brasileira por combater o tráfico de drogas, cometendo atos até de tortura.

Em contrapartida, se evidencia o poder político sob estas instituições, que muitas vezes não têm poder de decisão, trazendo novamente à tona a corrupção. Os oficiais têm duas alternativas: se corromper ou ir à guerra. Diante da explicação da seleção natural, os mais espertos sobrevivem.

É assim que funciona a polícia no Brasil, com diversas falhas no sistema. Falhas essas humanas, que desestruturam o sistema. Deixando um povo inseguro e com medo. Aumentando o pessimismo num âmbito geral. Fazendo esquecer que existiram um dia líderes como Gandhi, que desencadeou revoluções baseado na desobediência civil, usando a paz e a inteligência.

(Elza Nayara)

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