sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Pasquim Iati

Um jornal para quem tem um parafuso a mais Ano I nº. IV Agosto 2007.

“"Viva como se fosse morrer amanhã. Aprenda como se fosse viver para sempre" – (Mahatma Gandhi).”



Eu penso por mim?


Em tempos de crise aérea, nada mais normal do que estarmos com a cabeça nas nuvens. Ligamos a TV diariamente e ficamos por dentro de tudo sobre esse acidente da TAM, entramos em qualquer site, é a mesma coisa. A nossa mídia é interessante. Faz com que a população brasileira se comova e foque suas desesperanças e revoltas num só ponto de referência.
Dizem que somos fruto do meio, sendo assim o meio nos influencia. Qual a responsabilidade da mídia na nossa formação ideológica, política, em suma da nossa visão de mundo? “O mundo é o que está na tela da televisão, do computador ou do celular. A “crise aérea” a partir da encenação espetacularizada da tragédia do acidente do avião da TAM é um caso exemplar de criação de ‘realidade’”.
É fácil para a televisão e demais meios de comunicação ligar o ocorrido ao governo, em especial ao governo Lula, trazendo à tona o acidente da Gol que coincidem em tempo. Eles têm argumentos realmente convincentes, só não falam que a estrutura física, ou seja, os aeroportos já precisam de reformas há muito tempo, e não só o de Congonhas. Que a Tam desde 1996 já somam 10 em acidentes, que não há responsabilidade nos pousos, havendo negligência na estrutura física, tecnológica (no caso da AIRBUS).
E a população brasileira como reage a isso tudo? Passividade é a palavra. Ninguém quer ter a culpa, então é mais fácil balançar a cabeça a tudo que mídia nos repassa. Como que houvesse um vínculo de pai e filho, criador e criatura. Como que a mídia fosse um deus incontestável. Porque a mídia não da relevância, por exemplo, às greves dos funcionários do INSS como dão as ações dos controladores aéreos, mas é assim mesmo pobre tem é que sofrer mesmo, a atenção da mídia tem que ser voltada para a elite que não pode ter atrasos nos vôos.
E trazendo essa visualização para nossa realidade iatiense, chega a ser até engraçado. Quem aqui precisa pegar um vôo urgente? Não preciso nem responder. Realmente a nossa população ficou comovida, pois foram quase 200 mortes, mas quem não ficou. O que me deixa comovida ou ate entristecida realmente é o descaso com que assuntos mais urgentes são tratados pelos meios de comunicação e por nós que ficamos alheios, que lavamos as mãos. Como se encontra nossa atual situação aqui em Iati. Não é nada boa, e o que fazemos? Reivindicamos nossos direitos? Cumprimos apenas nossos deveres. O que se vê é uma total alienação e inércia para com os nossos direitos. Para se ter uma idéia do descaso é só entrar no site da CGU (Controladoria-Geral da União) que terá acesso ao relatório referente ao município de iati, entre outros: www.cgu.gov.br
O que deveríamos fazer seria por acaso falar sobre o freio, o computador do avião, as condições do tempo, etc. Ou seria melhor fazer abrir a “caixa preta”, a partir de nossa realidade, quebrando alguns conceitos ainda coronelistas, cobrando os direitos independente de quem esteja no poder, e tornando assim o nosso voto válido e consciente.

(Elza Nayara)


Onde estão os empregos?

Há dois anos que comecei a trabalhar com educação no município de Iati. Nesse tempo, percebi uma quantidade de jovens cursando o Ensino Médio sem qualquer perspectiva de emprego posteriormente. Outro dia ouvi o ex-prefeito de Garanhuns Silvino na época em que ainda era governante dizer o seguinte: sonhar com Garanhuns cheia de fábricas é uma utopia. E infelizmente ele está correto! Ouço muitos comentarem que a prefeitura, sempre ela, devia criar atividades que gerassem renda para a cidade. Que o jovem não tem espaço e tal. E esse discurso todo mundo já conhece de cor. Mas porque é tão difícil trazer uma fábrica para a cidade? Onde foram parar as fábricas? Os empregos?
Na China e na Índia! Pois é, esses dois países que há vinte anos atrás estavam bem mais atrasados que o Brasil, deram um salto, digno de pan-americano, deixando nosso país a ver navios. Regiões da China que há dez anos eram mais pobres que o nosso sertão, estão dando lugar a imensas multinacionais, gerando emprego e renda. Na índia, em vez de fábricas, a maioria tá sendo empregada através de serviços como consultoria, pesquisa. Graças a uma boa educação em computação e principalmente de inglês. Aliás, o inglês já é a segunda língua mais falada na Índia. Para as empresas norte-americanas fica mais barato contratar mão-de-obra indiana que a yankee. Nas nossas escolas, o inglês é tratado como uma matéria “enche lingüiça”. Se você quiser ser descoberto por uma empresa americana, precisa ter internet, falar inglês, e ter uma boa educação.
Em tempos globalizados, os nossos alunos e nós professores estamos perdendo de lavada em comparação a esses países que sim, levam a educação a sério. É fato: os professores da rede pública confiam tanto no seu trabalho e no de seus companheiros que põem seus filhos em escolas particulares. Se pudéssemos voltar cem anos atrás, encontraríamos um mundo bem diferente do que temos hoje, na moda, na cozinha, nas músicas, só uma coisa permanece idêntica ao século passado: a escola, que ainda mantém praticamente a mesma estrutura de ensino.
Só iremos avançar como nação quando aprendermos com os nossos erros e os acertos dos outros, exemplos temos vários; um pouco de prudência, e muito empenho um dia poderemos tirar a escola desse atraso em que está. Se não, Em vez de apenas Índia e China nos ultrapassar, será a vez da Argentina, Equador, Paraguai, Venezuela...
(Márcio José)

Vulto democrata


O Brasil é um país republicano e democrata! Democracia vem do grego: demo+cracia: poder do demo! Não, não é “poder do coisa ruim”, demo em grego é povo; embora isso respondesse muita coisa. Mas parece que pouca gente se importa com isso. A democracia deixa as pessoas mesquinhas, egoístas, corruptas; veja os vários exemplos que temos na política. Os políticos não roubam por que são maus não, eles são o retrato fiel da nossa vida, talvez por isso nos irritem tanto, odiamos nos outros, aquilo que nós somos. Eles roubam porque é isso que esperamos que eles façam. Sentimos prazer, algo sádico, quando vemos políticos envolvidos em algum escândalo. Se não aparecer nenhum, num tem mais assunto pra se falar no Brasil (há, tem o futebol!). Pode confessar, não se envergonhe, somos assim mesmo. Culpemos a democracia e o povo, pois é em nome dele que ela se sustenta. O povo é burro, Não votam em pessoas iguais, pois se não têm condições de comandar suas próprias vidas, como irão votar em alguém igual a eles? (De quem é a culpa?) resultado: dinossauros políticos, que desde a década de sessenta ainda teimam em comandar seus currais eleitorais. Marco Maciel, os ACMs, os Sarney parecem com os filmes de sexta-feira 13; quando você menos espera, lá estão eles de novo pra assustar. E como não ser “povo” no meio do povo? Fácil! Duvide de tudo que a maioria aceita como verdade, em qualquer assunto, desde o mais supérfluo como com quem
Vamos às urnas escolher “representantes políticos”; na escola, escolhemos o “representante da turma”; a sociedade escolhe os “representantes do Conselho Tutelar”... Para quase tudo, são os outros responsáveis pelas atitudes que caberiam a nós। É pois, justamente na sua força que a democracia deixa transparecer sua fraqueza, delegamos a outros aquilo que a vida em sociedade obriga a fazer, como zelar pelas crianças, pelo bem público, pelo nosso direito. Passando a responsabilidade para outrem, desperdiçamos algo que é inato ao ser humano: o altruísmo. Não num sentido pejorativo, mas o altruísmo é de certo modo o que nos faz com que consigamos conviver bem em sociedade. Mas quando o deixamos de lado, perdemos o norteamento das coisas; e nem adianta vir com a conversa de que “os home” só querem dinheiro. E quem não quer? Eu quero! Agora, coloquemos as coisas no seu lugar: essa idéia que a gente tem de que o amanhã vai ser melhor do que hoje é balela. Essa história de felicidade é criação do capitalismo norte-americano, herói nacional que vai mudar a vida de todos é conto da carochinha. Ou arregaçamos a mangas e lutamos pelo que é nosso, ou estamos condenados a viver no país do “futuro”, na cidade do “futuro” enquanto Europa, EUA, China vivem no país do presente que é o que importa.

(Márcio José)



3 comentários:

Genaldo disse...

Este material precisa ser visto e divulgado. Parabens a Márcio e Elzinha pelo trabalho brilhante e de fundamental importância para que as coisas fiquem bem claras na mente de nossos jovens.

Anônimo disse...

obrigado Genaldo, saber que estamos fazendo um material que agrada e muitas vezes traz a tona aquilo que nem pensávamos, nos deixa felizes, estamos tentando fazer a nossa parte!
Equipe Pasquimiati

Anônimo disse...

nós do PAsquim, escrevemos uma matéria ainda não editada sobre o futebol, que deixou um leitor indignado. como nós não somos nem um pouco democratas, igonramos as idéias dos outros, mas esse email que recebemos vale a pena ser publicado!
Equipe PAsquimiati

Eu poderia logo me acusar de ser um amante do futebol, mas isso ficaria mt explicito nas minha poucas palavras a seguir, portanto, encarem isso nao como uma resposta, mas sim como algumas observações q poderia fazer ao ler qq texto q chegou a meu e-mail.

primeiro, eh inegável o valor histórico do futebol, entretanto, aperfeiçoados pelos ingleses ja q pesqusas mais recentes identificaram q os chineses, isso mesmo, os chineses podem sim terem sido os inventores do esporte, seja uma paixao mundial. q ele possa ser considerado um tipo d ópio do povo, ja q esquecemos nossos problemas qnd vamos ao campo, seria simples demais, e ainda apenas achar q esse espote seja ainda "apenas" 22 marmanjos correndo atras de uma bola. eh claro q o football representa algo mais, e poe algo mais nisso.

a contribuição de charles muller ao brasil foi tamanha em trazer esse esporte para ca, assim como a capoeira foi levada à europa, e olha q mt vezes as pessoas nem sonham q capoeira eh um esporte tb. parecidos ou nao, eh inegavel q o futebol ate para quem nao gosta mexe com os animos.

pensar q esse esporte envolve milhoes d dolares nao eh errado, nem tao pouco ser alguma coisa q venha colocar o esporte em uma atmosfera distante d outros esportes. eh claro q o futebol eh o esporte mais popular do brasil, assim como o baseboll eh na venezuela, em cuba, e sao paises q assim como o brasil sofrem com desigualdades e maiores problemas como o nosso. as transações q envolvem milhoes podem ser comparadas a outros esportes sim, pq nao??? ou so o futebol detem da hegemonia monetaria no mundo??? comparar com a vontade d td jogador de futebol nao apenas brasileiro querer ir jogar na europa eh a mesma coisa q td jogador d basket querer fazer parte da NBA, ou nao???? ou comparar com os milhoes q envolvem a NBA, o Futebol Americano,o golfe por exemplo..

o volley por exemplo. ja que chamamos o futebol d paixao nacional, este pode ser considerado o esporte numero um dos brasleiros. e qnts atletas da familia bernardinho jogam no brasil???? ha bom....eh verdade, a maioria esmagadora joga na italia. coincidencia essa??? acredito q nao.

como um pais q no esporte eh um celeiro, o brasil tem o knowhow d exportar nao so ronaldos, robertos, rivaldos, mas sim pato, escadinha, giba,showman,principe, imperador,nene,varejao e a lista nao acaba por ai... mas sim... eu ganho algum dinheiro vendo futebol???? nao!!! mt pelo contrario, gasto!! dou dinheiro ao meu clube do coração por ser socio, compro bebidas q patrocinam os campeonatos q assisto, compro eletrodomésticos das empresas q investem no meu time de coração, ou seja, ganhar dindin nao ganho.contudo, se pensarmos desse jeito pq nao acabar com tds as formas d competição esportiva??? será q so o futebol envolve questoes desse genero???

para que ter acompanhado o PAN no brasil e ter torcido para atletas brasileiros, q nem entendo as regras d determinadas modalidades como um torcedor d futebol, se nao ganhei nada em troca??? eles sim!!! madelhas d outro, prata e bronze. novos contratos, o brasil a fim d superar cuba no numero de medalhas, e eu??? ganhando oq???? mas torci!!!! pelo judo, handball, basket, levantamento d peso, softboll, poloaquatico, saltos ornamentais, natação, em geral.....parei durante 2 semanas para acompanhar os jogos, e nao ganhe nada!!!!! isso eh injusto, nao?????

mas o papel d torcedor eh esse!!! eles nao ganhariam milhoes se nao existissemos para fazer com q eles o ganhassem.

qnts e qns atletlas d outros esportes assim como os jogadores de futebol fugiram da escola para ficar na rua, ou brincando fora da sala, e ate mesmo praticando o proprio futebol e hj sao campeões em suas respectivas modalidades.
somos bons no futebol nao por termos q fugir da escola, se assim o fosse, garanto q outros paises tb fariam páreo duro junto ao brasil, mas nao o fazem.

Assim, ser torcedor nao faz com q possamos ganhar algo q nos faça mudar d vida, principalmente ganhando dinheiro. mas assim como tantos outros q existem, nao ha dinheiro q pague chegar a segunda-feira e vc tirar sarro do seu amigo pq seu time ganhou dele. ou se justificar q a culpa foi do juiz e q na proxima vai ter troco. enfim, ser torcedor so sabe quem o eh. mudamos d roupa, de cidades, alguns outros ate asvezes mudam se sexo, mas torcedor mesmo nao muda de time, so eles eh q têm o poder d fazer seu clube ser imortal, por isso nao ligamos para o dinheiro. pq na verdade quem nao tem dinheiro, conta eh história.

Ass: Gil Cavalcanti, nao um amante, mas apaixonado por futebol.