Pasquim Iati
Um jornal para quem tem um parafuso a mais Ano I nº. I Maio 2007.
“Pessoas sábias falam sobre idéias;
Pessoas comuns falam sobre coisas;
Pessoas medíocres falam sobre pessoas.”
Aquecimento global
O nordeste vai virar um deserto?
Todo mundo na escola já estudou sobre a Mesopotâmia, região bastante fértil, pertencente hoje ao Iraque, que abrigou as primeiras civilizações. Era uma terra verde, conhecida como Crescente Fértil da Antiguidade. Atualmente ao vermos o Iraque pela televisão, chama-nos a atenção, o fato da terra que na Antiguidade era verde, virou uma secura poeirenta.
“Na Mesopotâmia ocorreram duas novidades: o arado com bois e o aparecimento da agricultura de irrigação, com a construção de vários canais. Essa agricultura vai ser fundamental no processo de desertificação da região ao longo de milênios. Nós podemos dizer que a Mesopotâmia talvez seja o primeiro desastre ecológico produzido pela ação humana: o desflorestamento, a erosão e a salinização dos solos”, explica José Augusto Pádua, professor da UFRJ.
Em solo encharcado pela irrigação, a água passa pelas camadas superficiais do terreno, e chega às camadas mais profundas. O correto é drenar o excesso de água. Mas eles não sabiam disso na Antiguidade. Quando a drenagem não é feita, a tendência da água é subir até evaporar. Nesse caminho, a água carrega sais minerais do fundo da terra para a superfície. Isso é a tal salinização, um aumento anormal dos sais, que leva à infertilidade do solo.
Na nossa região, não há nenhum tipo de irrigação. Basta chover nos meses de março a junho para que o verde tome de conta da paisagem. Para que o sertanejo possa plantar mandioca, feijão, milho. Nossas terras resistem a meses de estiagem, mas aos poucos estão morrendo, vitimas da salinização. Estão. Uma fazenda a
Além da salinização, o semi-árido nordestino sofre por causa da erosão, um processo que acontece em
Salinização e erosão são as principais causas de um fenômeno assustador: a desertificação. No Brasil, 1.204 municípios correm risco de virar um deserto, incluindo a cidade de Iati.
Deertificação, ao contrario do que leva a crer o nome, não significa a transformação imediata de tudo em areia, como no Saara. O termo quer dizer degradação das terras em regiões semi-áridas, e se aplica ao Brasil no século 21 e à Mesopotâmia da Antiguidade.
Boa parte desse processo é graças ao aquecimento global (sempre ele) e da mão do nordestino que teima em queimar a caatinga, deixando a terra sem proteção. É como se não conseguíssemos aprender as liçõs da história.
(Marcio José)
Música
“Você gosta dos meus seios?
E dos meus quadris? Você gosta?
Meus quadris, meus quadris?”
Não, não é mais um “novo sucesso” da banda (de forró!?) Saia Rodada! A letra traduzida da música acima, My humps, é de um grupo de Hip-hop americano Black Eyed Peas, conhecido dos Jovens da classe média brasileira. Essa é só um exemplo de muitos.
Nunca entendi o gosto musical das pessoas, se é que se pode chamar de gosto. O lógico é que a música de qualidade fosse a mais popular, não é o que se vê. Nas rádios, nos carros, nas festas, há um monopólio da música com pouca letra e melodia, tipo: você não me
... As letras das músicas são praticamente as mesmas daqui, (só que em inglês, claro!) o erotismo, mulheres seminuas em danças que remetem ao ato sexual. A diferença é econômica! Os grupos americanos são ricos, têm carrões e mansões, shows dignos de Hollywood. Os nossos são pobres, com dançarinas cheinhas em trajes mínimos, cantores sem qualquer qualificação profissional, com aquelas roupas esquisitas, credo! Mas quem liga? Isso me instigava!
Vivemos numa sociedade judaico-cristã, onde o sexo, visto apenas como elemento da procriação, torna-se pecaminoso fora do matrimônio. Logo, cenas quentes na TV geram desconforto na família que se senta no sofá para assistir sua novela. Falar sobre o assunto dentro de casa então, nem pensar. Ora, a educação sexual, é dever dos pais! Talvez seja por isso que a música apelativa ou de duplo sentido seja tão popular, as músicas estão exercendo o papel que é de responsabilidade da família, e da pior forma, que é a banalização do corpo. Principalmente do corpo feminino, tido nas letras como apenas um objeto de prazer, descartável. É mais fácil para os pais e para a sociedade culpar as bandas de forró pela coisificação, de que assumir responsabilidades próprias. Ninguém nasce gostando de baixaria, se ela existe, é porque é aceita, ou no mínimo suportada.
(Marcio José)
A partir de uma pesquisa feita no orkut (site de relacionamento), sobre as necessidades da cidade de Iati, foram obtidas as seguintes respostas dos orkuteiros:
a gente não quer só comida!
IATI TEM FOME E SEDE DE QUE??????
Erinaldo: ...A gente não quer só comida! Com certeza, queremos que nossos direitos sejam respeitados, temos fome de cultura, esporte, lazer, à saúde e o principal: a educação e informação...
Só quero o bem de nossa cidade, e que os políticos se lembrem de quem colocou eles no poder, do mesmo jeito o povo pode tirar, isso serve para todo a Brasil.
Larissa: "Agente não quer só comida, agente quer comida diversão e arte!"
...Falando pelo lado juvenil da cidade, tenho certeza que ela não vai à frente e nunca irá, do jeito em que as coisas andam! Como é possível em uma cidade tão pequena como a nossa, ter um dos maiores índices de prostituição?! Os jovens não estudam, não têm oportunidades, não têm escolhas! Muitos terminam seus estudos, têm o 2º grau completo, mais só por ter mesmo, porque ficam parados, não têm emprego, aí seu único meio é recorrer a um cargo público e pronto! Ficamos presos nessa vidinha ingrata! ...Necessitamos de mais liberdade de expressão! Nós, jovens, temos muitos direitos que estão sendo omitidos para nós, que vivemos presos nessa sociedade estúpida!
Neo: EDUCAÇÃO! SÓ ASSIM TIRAREMOS NOSSOS JOVENS DA ALIENAÇÃO CRÔNICA
A EDUCAÇÃO É TUDO...
Flávio: O Iatiense tem sede e fome de mudanças, essas que só virão se lutarmos por nossos direitos e reivindicarmos, com o maior trunfo que temos: o voto, elegendo pessoas competentes para colocarmos no poder...
Célio: ...necessita de geração de fonte de renda, de emprego para o jovem recém formado. Iati hoje é uma terra sem esperança.
Paulo Sergio: Iati está desidratada, seca e cansada de esperar uma gota, um milagre. Milagre esse que tarda e não vemos nada. Ah se só fosse sede! E a fome de justiça, de mais amor e de fé...
Analisando de forma superficial, percebe-se que Iati tem fome e sede de muita coisa. Porém, analisando de forma mais abrangente, evidencia-se que Iati está totalmente desnutrida! E precisando urgentemente de vitaminas necessárias para sua sobrevivência. Que vitaminas serão estas? Como poder adquiri-las?
Estamos em uma democracia presidencialista, sendo assim, a cada quatro anos, se estabelece um novo presidente, pelo poder do voto popular. Junto ao presidente são eleitos parlamentares, estes que criam projetos e leis, aprovando-os ou não. Do mesmo modo acontece em um município, com prefeitos e vereadores. Um prefeito não governa sozinho, a parte que lhe cabe é a do executivo, que põe em andamento projetos, sejam eles federais ou os poucos e até mesmo inexistentes municipais, cabendo então o papel de legislar aos vereadores.
Quando se pergunta sobre as necessidades da cidade Iati, a resposta que está na boca do povo é: “MUDANÇA”. Entretanto, para esta acontecer, é preciso que haja cobrança dos direitos de cidadão. A dúvida é: como exigir esses direitos? Antes de qualquer coisa, se faz claro o direito ao voto. Este que é o primeiro de todos os que serão colocados
Iati está sedenta de uma educação de qualidade, e principalmente de recursos que viabilizem o melhoramento desta. Concursos mais seletivos e cursos de aprimoramento e atualização dos profissionais que ai já estão.
Quando se tem educação, conseqüentemente se tem cultura. Mas... E a cultura de Iati, onde está? Perguntinha difícil esta hein! Pois é, Iati se tornou um povo sem cultura, sem raízes. É uma magreza que dá pena. Onde estão nossas musicas, danças e lutas?! Onde estão nossos poetas, cantadores de repente. Tudo que é cultura pernambucana está restringida à magra cidade. Porém, vale ressaltar o grupo de capoeira “Roda de fogo”, que vive sem nenhum apoio municipal. Grupo que muitas vezes foi usado em demonstrações publicas da cidade à visitantes, mostrando uma visão inexistente de uma cultura. Todavia, a fome e sede de cultura dos participantes e idealizadores do citado grupo, ultrapassa a falta de apoio, e sobrevivem às quedas.
Mas mudando de cultura para esporte. É lamentável ver que o pouco que se tinha de incentivo ao esporte, acabou. Há sim, muita vontade dos atletas iatienses, e nenhum incentivo.
Entretenimento, nem se fala. O jovem iatiense tem acesso a um único tipo: “Quem é o gostosão daqui, sou eu! Sou eu! Sou eu!”. Deus abençoe essa cidade!!!!
A saúde? É de primeiro mundo, se não sabiam!
No hospital:
Não falta remédio.
Não falta médico.
Não falta atendimento especializado!
“NÃO” “FALTA” “NADA”
Assistindo o jornal, vi algo que acontece
Uma família pobre, com um filho doente!
Levam-o para o hospital! Não tem médico. Está com 40° de febre! Não tem remédio!
Solução: banho frio!!! Algo que nossos pais sempre fizeram!!! Mas quando isso não resolve?????
(Elza Nayara)
..:: FORMAS DE GOVERNO!!! ::..
Socialismo: Você tem duas vacas, o governo toma uma e dá para seu vizinho que não tinha nenhuma.
Comunismo: Você tem duas vacas, o governo toma as duas, e dá a você um pouco de leite diariamente.
Fascismo: Você tem duas vacas, o governo toma as duas e vende à você o leite.
Nazismo: Você tem duas vacas, o governo mata você e toma as duas vacas.
Burocracia de Estado: Você tem duas vacas, o governo toma as duas, mata uma e joga o leite da outra fora.
Democracia: Você tem duas vacas, vende as duas para o governo, muda para cidade e consegue um emprego público.
Anarquismo: Você tem duas vacas, mata as duas e faz um churrasco.
Capitalismo Selvagem: Você tem duas vacas, vende uma, compra um touro e o governo toma os bezerros como imposto de renda na fonte.
FHCismo: Você tem duas vacas, o governo privatiza as duas, vende baratinho para as multinacionais e você passa a comprar o leite bem mais caro. Aí a rede globo diz que globalização é uma tendência mundial e você acaba votando no Serra.
